quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
Mais um Ano se encerra...
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Então é Natal - O que fizeram do Natal (Carlos Drummond)
O que fizeram do Natal
Carlos Drummond de Andrade
sexta-feira, 11 de dezembro de 2020
Então é Natal - Cordel de Natal e Vídeo (Bráulio Bessa)
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
Então é Natal - Natal Todo Dia (Música)
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Então é Natal - Um Conto de Natal (Curta Metragem)
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
Então é Natal - Na Manjedoura (Clarice Lispector)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Então é Natal - Poema de Natal (Vinícius de Moraes) - Vídeo
Para isso fomos feitos
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra
Assim será a nossa vida
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve
Ver a noite dormir em silêncio
Não há muito o que dizer
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações se deixem
Graves e simples
Pois para isso fomos feitos
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos
Hoje a noite é jovem
Da morte, apenas nascemos
Imensamente
quarta-feira, 2 de dezembro de 2020
Então é Natal - Tudo Tão Vago
Nossa Senhora
Na beira do rio
Lavando os paninhos
Do bento filhinho
São João estendia
São José enxugava
E o menino chorava
Do frio que fazia
Dorme criança
Dorme meu amor
Que a faca que corta
Dá talho sem dor
(de uma cantiga de ninar)
Tudo tão vago… Sei que havia um rio…
Um choro aflito… Alguém cantou, no entanto…
E ao monótono embalo do acalanto
O choro pouco a pouco se extinguiu…
O Menino dormira… Mas o canto
Natural como as águas prosseguiu…
E ia purificando como um rio
Meu coração que enegrecera tanto…
E era a voz que eu ouvi em pequenino…
E era Maria, junto à correnteza
Lavando as roupas de Jesus Menino…
Eras tu… que ao me ver neste abandono,
Daí do Céu cantavas com certeza
Para embalar inda uma vez meu sono!…
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
Então é Natal - Papai Noel às Avessas
O poema “Papai Noel às Avessas” apresenta um Papai Noel “torto", que entra pelos fundos, rouba os brinquedos das crianças adormecidas, vive num mundo torto, avesso, marcado pelas relações burguesas de aparências, que se caracterizam pelo desencontro, pelos obstáculos e afastamentos:
Papai Noel às Avessas
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
Então é Natal - Organiza o Natal
É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito.
E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.
Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon - sem cortinas.
Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade.
Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.
Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio.
O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso.
A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.
A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.
A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.
Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.
O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido.
Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.
Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.
A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.
O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.
E será Natal para sempre.
Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.
(Carlos Drummond de Andrade - Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço")
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
Um novo Projeto nascendo...
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
Novembro Consciente em Vídeos - O Dia da Consciência Negra
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.
Para comemorar o Dia da Consciência Negra, o Centro de Ensino Médio de Taguatinga, no Distrito Federal, investiu em projetos que resgatam a cultura africana, como vocês podem assistir no vídeo a seguir:
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Novembro Consciente em Vídeos - Conversa com Estudantes
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Novembro Consciente em Vídeos - Lápis Cor da Pele?
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
Novembro Consciente em Vídeos - Os Africanos
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
Novembro Consciente - O Advogado dos Escravos
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
Novembro Consciente - O Sol é Para Todos
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
Novembro - Mês da Consciência Negra - Zumbi dos Palmares
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
Semana Livros de Terror II - Uma Mulher no Escuro
Uma Mulher no Escuro - Raphael Montes

Um crime brutal cometido há vinte anos, uma única sobrevivente, o retorno calculado do assassino. Em quem Victoria deve confiar? Em Uma Mulher no Escuro, este thriller psicológico, Raphael Montes une romance e suspense em uma narrativa intrincada e sedutora.
Victoria Bravo tinha quatro anos quando um homem invadiu sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta. Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Seu refúgio é ficar em casa e observar a vida alheia pelas janelas do apartamento onde mora, na Lapa, Rio de Janeiro.
Mas o passado bate à sua porta, e ela não sabe mais em quem pode confiar. Obrigada a enfrentar sua própria tragédia, Victoria embarca em uma jornada de amadurecimento e descoberta que a levará a zonas obscuras, mas também revelará as possibilidades do amor. Um psiquiatra, um amigo feito pela internet e um possível namorado — qual dos três homens está usando tudo o que sabe para aterrorizar a vida de Vic? E o que afinal ele quer com ela?
Na literatura nacional, Raphael Montes é unanimidade quando se trata de livros de suspense. Uma Mulher no Escuro traz sua primeira protagonista feminina e confirma o autor como um dos mais originais da atualidade — além de deixar o leitor intrigado do começo ao fim.
Fonte: LeLivros
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Semana Livros de Terror II - A Última Festa
A ÚLTIMA FESTA – LUCY FOLEY
Com a proposta de um “suspense nostálgico”, o livro A Última Festa questiona até onde você conhece o outro, ainda que o chame de amigo. E o resultado é eletrizante.
Um grupo de amigos composto por nove pessoas, sendo quatro casais e uma amiga solteira, sempre se reúne para comemorarem juntos o fim do ano. Tem sido assim desde que se formaram na Universidade de Oxford, em Londres, onde se conheceram. Com exceção apenas de dois cônjuges que chegaram pouco depois. Mas são um grupo muito coeso e se orgulham em ser assim.
“Antes de ir para lá ele fez uma coisa terrível. Mais de uma, na verdade.”
Esse ano, Emma é a responsável pela organização e ela é uma das que chegou depois, a última por sinal. Sentindo a pressão, queria que fosse algo perfeito e conseguiu uma hospedagem exclusiva e extremamente isolada na Escócia. Seriam apenas eles! Mas esse grupo tão fechado esconde segredos que vão resultar em uma morte. Um assassinato entre eles! Presos em um lugar afastado, é preciso agora correr contra o tempo e entender tudo que aconteceu para descobrir quem é o culpado.
De cara eu já preciso dizer a vocês que esse livro tem uma narrativa muito viciante. Primeiro porque ele aborda segredos dentro de um grupo fechado de pessoas, o que amplifica a reação do leitor que já se familiarizou com os personagens e suas características. E segundo porque ele apresenta a visão de cinco personagens, que se alternam e se complementam em acontecimentos de antes e depois do crime. E antes que você pense que possa ter ficado cansativo, te asseguro que não é o caso. Me peguei várias vezes torcendo pela troca de abordagem, pois queria ver a continuação pela outra personagem.
“- …acho que eu não contaria. Mas não posso prometer. Talvez seja revigorante pra todos nós. Mostrar que vocês não são tão perfeitos quanto acham que são.”
A proposta geral do livro é muito interessante. O grupo de amigos nos é apresentado como exemplar e isso na verdade não passava de uma fachada para suas falhas e fraquezas. Não é difícil, no começo, querer fazer parte daquele bem sucedido e feliz grupo que se encontra todo fim de ano em um lugar paradisíaco para celebrar a vida!
Mas ao conhecer individualmente cada um… São belezas rasas, egoístas, mesquinhos, agressivos, uns nutrem paixões secretas pelos outros, falam mal pelas costas… e até matam! Amizades tóxicas existem e muito, e “A Última Festa” mostra de forma magistral como isso pode acontecer. Às vezes por insistência em semelhanças que já passaram, apego a anos anteriores e medo de envelhecer ou até mesmo por rotina e hábito.
Não é possível dar muitos detalhes sobre a história em si e sobre o que acontece após a chegada do grupo nesses chalés isolados em meio à floresta, cobertos por neve. Todos os inúmeros conflitos e reviravoltas que acontecem tem impacto direto na investigação do leitor, então é melhor que receba esse grupo e toda sua complexidade sem saber a que ponto podem chegar e de quem devem desconfiar.
“- Todo esse tempo, fiquei do lado dele. Desde Oxford. Cuidando dele, acobertando ele, se necessário. Estou de saco cheio. Não vou mais mentir.”
Por falar em investigação do leitor, se o seu coração é fraco e ansioso, se prepare. Até faltar 40 páginas (!!!) para acabar o livro eu não sabia com certeza quem tinha morrido, logo não dá para saber quem matou. Como uma super fã de thrillers, eu sempre me orgulho em adivinhar finais, mas nesse não foi bem assim.
Até a metade eu não tinha ideia de quem morreria, então tinha uma lista imensa de suspeitos e seus motivos. No entanto, comecei a desconfiar de três possíveis mortos, logo seus possíveis assassinos. Quase no final eu já estava tensa, quase certa da vítima mas completamente errada sobre motivação. Um livro já me fez desconfiar de mais um assassino antes, mas de mais de uma vítima até o final foi a primeira vez.
Enfim, deixo a vocês a indicação de “A Última Festa” como um thriller viciante e cheio de situações do cotidiano levadas ao extremo. Com pessoas com falhas humanas e erros ampliados pelo fato de insistirem em uma amizade que talvez não estivesse fazendo tanto bem assim. E quem nunca, não é mesmo? Insistiu em um vínculo fadado ao fracasso pelo receio do rompimento? Bom, nesse caso aqui, o resultado foi uma desastrosa festa de Réveillon…
Fonte: Coisas de Mineira
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Semana Contos de Terro II - Os Fatos do Caso do Sr. Valdemar
Os Fatos do Caso do Sr. Valdemar
O conto Os Fatos do Caso do Sr. Valdemar retrata a história do senhor Valdemar, um homem idoso cuja saúde está bastante debilitada. Não há mais nada a ser feito a não ser esperar que a morte bata a sua porta. Um amigo, conhecido apenas como P— e também narrador dessa história, apresenta um imenso interesse pelo mesmerismo (hipnotismo) e propõe ao velho moribundo uma experiência com hipnose momentos antes de sua morte. Quando Valdemar descobre que tem apenas vinte e quatro horas de vida contacta P— e aceita participar desse experimento. O narrador compartilha com o leitor que esse tipo de experimento jamais fora testado em tal situação. Portanto, estava muito curioso e interessado para ver e compreender quais efeitos o mesmerismo teria sobre uma pessoa moribunda.
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Semana Contos de Terror II - A Causa Secreta
Em resumo, A Causa Secreta é um conto que aborda um tema oculto da alma de todo ser humano: a crueldade. Machado de Assis cria um cenário onde o recém formado médico Garcia, conhece o espirituoso Fortunato, dono de uma misteriosa compaixão pelos doentes e feridos, apesar de ser muito frio, até mesmo com sua própria esposa.
Através de uma linguagem bastante acessível, que não encontramos em muitas obras de Assis, o texto mescla momentos de narração – que é feita em terceira pessoa – com momentos de diálogos diretos, que dão maior realidade à história.
Uma característica marcante é a tensão permanente que ambienta cada episódio. Desde as primeiras vezes em que Garcia vê Fortunato – na Santa Casa, no teatro e quando o segue na volta para casa, no mesmo dia – percebemos o ar de mistério que o envolve.
Da mesma forma, quando ambos se conhecem devido ao caso do ferido que Fortunato ajuda, a simpatia que Garcia adquire é exatamente por causa de seu estranho comportamento, velando por dias um pobre coitado que sequer conhece.
A história transcorre com Garcia e Fortunato tornando-se amigos, a apresentação de Maria Luiza, esposa de Fortunato e ainda com a abertura de uma casa de saúde em sociedade.
O clímax então acontece quando Maria Luiza e Garcia flagram Fortunato torturando um pequeno rato, cortando-lhe pata por pata com uma tesoura e levando-lhe ao fogo, sem deixar que morresse. É assim que percebe-se a causa secreta dos atos daquele homem: o sofrimento alheio lhe é prazeiroso. Isso ocorre ainda quando sua esposa morre por uma doença aguda e quando vê Garcia beijando o cadáver daquela que amava secretamente. Fortunato aprecia até mesmo seu próprio sofrimento.
É possível afirmar que este conto é um expoente máximo da técnica de Machado de Assis, deixando o leitor impressionado com um desfecho inesperado, mas que demonstra – de forma exponencial, é verdade – a natureza cruel do ser humano. É uma obra excelente para os que gostam dos textos de Assis, mas acham cansativa a linguagem rebuscada usada em alguns deles.