Djamila Ribeiro
Djamila Taís Ribeiro dos Santos (Santos, 1 de agosto de 1980) é uma filósofa, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira. É pesquisadora e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Tornou-se conhecida no país por seu ativismo na internet, atualmente é colunista do jornal Folha de S. Paulo.
Djamila Ribeiro tornou-se o nome mais conhecido quando se fala em ativismo negro no Brasil, em cerca de cinco anos apenas. E tudo isso sob um espectro pop: presença ativa nas redes sociais, possuindo mais de 400 mil seguidores, somente no Instagram. Ela conseguiu que sua voz ecoasse muito além das redes sociais. Tornou-se presença constante nos espaços de debate sobre os movimentos das mulheres e na luta por diversidade. Conhecida como filósofa pop, já que alguns de seus feitos englobam uma presença em diversos meios de comunicações populares, que estão desde participações no programa Saia Justa, do GNT, até um programa de entrevistas conduzido por ela no canal Futura. Em 2016, foi nomeada secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo.
Iniciou o contato com a militância ainda na infância. Uma das grandes influências foi o pai, estivador, militante e comunista, um homem que mesmo com pouco estudo formal, era culto. O nome Djamila, de origem africana, foi uma escolha dele. Aos 18 anos se envolveu com a Casa da Cultura da Mulher Negra, uma organização não governamental santista, e passou a estudar temas relacionados a gênero e raça.
Graduou-se em Filosofia pela Unifesp, em 2012, e tornou-se mestre em Filosofia Política na mesma instituição, em 2015, com ênfase em teoria feminista. Em 2005, interrompeu uma graduação em Jornalismo. Suas principais atuações são nos seguintes temas: relações raciais e de gênero e feminismo. É colunista online da CartaCapital, Blogueiras Negras e Revista AzMina e possui forte presença no ambiente digital, pois acredita que é importante apropriar a internet como uma ferramenta na militância das mulheres negras, já que, segundo Djamila, a "mídia hegemônica" costuma invisibilizá-las.
Em maio de 2016, foi nomeada secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo durante a gestão do prefeito Fernando Haddad.
Escreveu o prefácio do livro "Mulheres, raça e classe" da filósofa negra e feminista Angela Davis, obra inédita no Brasil e que foi traduzida e lançada em setembro de 2015. Participa constantemente de eventos, documentários e outras ações que envolvam debates de raça e gênero.
Em 2018, a ensaísta prolífica Djamila Ribeiro foi um dos 51 autores, oriundos de 25 países, convidados a contribuir para Os papéis da liberdade ("The Freedom Papers"). Ao longo de sua trajetória, recebeu algumas premiações como Prêmio Cidadão SP em Direitos Humanos, em 2016. Trip Transformadores, em 2017. Melhor colunista no Troféu Mulher Imprensa em 2018, Prêmio Dandara dos Palmares e está entre as 100 pessoas mais influentes do mundo abaixo de 40 anos, segundo a ONU. Também é conselheira do Instituto Vladimir Herzog e visitou a Noruega a convite do governo Norueguês para conhecer as políticas de equidade de gênero do país, em 2017. Foi escolhida como “Personalidade do Amanhã” pelo governo francês em 2019. Djamila foi capa da Revista Gol, Revista Claudia, colunista da Carta Capital e Revista Elle Brasil.
Fez consultoria de conteúdo para a marca Avon, para a Rede Globo de Televisão no programa Amor e Sexo, entre outras empresas e instituições. É idealizadora e coordenadora do Selo Sueli Carneiro.
Fonte: Wikipédia
Porque em pleno ano de 2020 ainda são necessários, e urgentes, livros como esse, que aborda de maneira acessível e didática vários dos temas caros à militância negra e ao feminismo negro. Embora todos possam se beneficiar da leitura, é um livro voltado justamente para pessoas que ainda não refletiram sobre sua própria racialização (o que inclui, principalmente, pessoas brancas). No capítulo “Enxergue a negritude”, a autora escreve:
“É importante ter em mente que para pensar soluções para uma realidade, devemos tirá-la da invisibilidade. Portanto, frases como ‘eu não vejo cor’ não ajudam. O problema não é a cor, mas seu uso como justificativa para segregar e oprimir. Vejam cores, somos diversos e não ha nada de errado nisso — se vivemos relações raciais, é preciso falar sobre negritude e também sobre branquitude”.
Ainda que a autora não pretenda esgotar o assunto, acredito que o volume seja uma excelente porta de entrada para quem quer começar a se esclarecer sobre opressão racial e antirracismo e não sabe por onde começar: em cada capítulo, Djamila destrincha uma faceta do racismo, trazendo dados e referências de obras de intelectuais negros. Ela ainda faz questão de incluir uma lista apresentando cada um dos autores citados, para que o leitor possa buscar e aprofundar seus conhecimentos por si só.
Embora curto e sucinto, é o tipo de livro introdutório que deveria ser discutido em escolas e rodas de conversa. E fica a dica: se você quer deixar de reproduzir racismo e ser um aliado de verdade, leia autores negros, ouça o que estão dizendo e se disponha a aprender com eles.
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