O golpe militar de 31 de março de 1964 foi o mais longo período de interrupção democrática pelo qual passou o Brasil durante a República. Qualificado pela história como "os anos de chumbo", o período da ditadura foi marcado pela cassação de direitos civis, censura à imprensa, repressão violenta das manifestações populares, assassinatos e torturas.
Portanto, hoje trago a "Biografia de Marighella, o Guerrilheiro que incendiou o Mundo" (1911-69), militante comunista, deputado constituinte e fundador do maior grupo armado de oposição à ditadura militar brasileira, a Ação Libertadora Nacional.
Cuidado, que o Marighella é valente, disse Cecil Borer, diretor do Dops do Rio, antes de despachar uma equipe para capturá-lo em seguida ao golpe de 64. O autor da obra é o premiado jornalista Mário Magalhães, por muitos anos repórter especial e ombudsman da Folha de S. Paulo.
A narrativa percorre a vida, a obra e a militância do controverso mulato baiano que foi deputado federal, poeta e estrategista da guerrilha no Brasil. Passagens pela prisão, resistência à tortura, assaltos a bancos (e a um trem pagador), tiroteios, espionagem internacional, tudo é apresentado em ritmo de thriller, com revelações desconcertantes.
A biografia de Carlos Marighella (1911-69) é também um livro sobre a história política entre as décadas de 1930 e 60. Por isso, figuras como Fidel Castro, Getúlio Vargas, Carlos Lamarca, João Goulart, Che Guevara, Luiz Carlos Prestes, Carlos Lacerda e Olga Benario aparecem como coadjuvantes de luxo.
Vigiado pela CIA e monitorado pelo KGB, Marighella conseguiu se manter ativo ao longo de seus quase quarenta anos de militância, mesmo quando procurado internacionalmente. No mundo inteiro, personalidades o apoiaram, como Jean-Paul Sartre, Glauber Rocha, Jean-Luc Godard, Augusto Boal, Joan Miró e Luchino Visconti. Em paralelo ao trabalho de campo, Marighella publicou livros e textos que se tornaram clássicos em dezenas de idiomas.
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